domingo, 11 de setembro de 2011

10 years

Hoje, 11 de setembro de 2011, lembramos as vítimas do atentado ao World Trade Center em Nova York, em 2001. Já se passaram 10 anos desde aquele dia, e muitas coisas ainda ‘não foram esclarecidas’. Aquele foi um dia para ficar gravado na memória e nunc a mais sair. Certamente, assim como eu, você deve se lembrar de onde estava naquela manhã em que o mundo voltava sua atenção à ‘toda poderosa américa de George W. Bush’.

Eu, naquele tempo, se não me engano estava aguardando mais um episódio de Sakura Card Captors para gravar nas fitas do vídeo cassete. Ainda tenho essas fitas gravadas, assim como as da primeira temporada de Digimon, no ano 2000, com a abertura cantada pela Angélica. Eu estava na 8ª série, e minha mãe gravava os episódios para mim, então com 14 anos de idade. Não ligo pra quem ache que isso é ‘coisa de criança’. Mesmo porque algumas coisas de Digimon nós nunca vimos em Pokémon ou outros desenhos, que, por exemplo, é a morte de algum personagem. Digimons morriam direto, seja pelo grande esforço após a batalha como foi com o Angemon, como vítima da loucura de outros digimons, ou sacrificando-se por outros, como o Leomon, numa morte que foi muito emocionada. E quantos pokémons você viu morrer? Em Dragon Ball, quando as pessoas (da Terra) morriam, bastava um pedido ao Shen Long, e todo mundo voltava à vida, exceto os vilões.

E falando sobre animês, alguns deles são verdadeiras obras de arte, como ‘A Viagem de Chihiro’, que de vez em quando me deparo com a exibição na TV Cultura, se não me engano. As músicas, os cenários, a movimentação de muitas séries são realmente muito belas para serem apenas ‘entretenimento infantil’. E mesmo estes, são feitos com muito cuidado e atenção. Tente assistir um episódio de alguma série favorita sua sem as músicas de fundo. Pense na narração de Dragon Ball Z no início de cada episódio e você já ouvirá automaticamente a música de fundo na sua cabeça, não é? Ficaria estranho ao ouvir apenas a narração sem ela. E é uma música legal até. Quando, na Saga de Hades, Saori está na frente do Saga com a Adaga de Ouro nas mãos pedindo que lhe corte a garganta (prefiro não comentar esta insanidade hoje), de repente começa a tocar a ‘Chikyuugi’, que é o tema da última saga de Cavaleiros do Zodíaco, e a música vem com um nó na garganta gratuito aos espectadores.

Mas 10 anos atrás, quando Nova York foi atacada, surgiu a pergunta: ‘onde estavam os poderosos super-heróis que cruzam os céus de Nova York quando seu lar foi atacado? (...) Coube ao Homem-Aranha, o mais popular e bem-humorado personagem Marvel, encarar o horror de um dos maiores crimes contra a humanidade e responder a tais perguntas.’ Estre trecho é da introdução de uma Edição especial do Homem Aranha lançada em setembro de 2002, ‘em memória da tragédia de 11 de setembro’, e que eu comprei sem pestanejar. Ela é uma edição para guardar para sempre, não apenas pelo fato de que é uma edição um tanto quanto rara, mas pelo fato de que através dela o povo americano pode extravasar um pouco de sua dor no primeiro aniversário da tragédia. (Ou pelo menos aqui no Brasil a revista chegou nessa época.) E um dos mais belos pensamentos do cabeça-de-teia é este:

‘Nós não pudemos prever. Não pudemos chegar antes que acontecesse. Não pudemos impedir. Mas estamos aqui agora. A poeira não deixa você nos ver, mas estamos aqui. Os gritos não deixam você nos ouvir, mas estamos aqui. Até aqueles que consideramos nossos inimigos estão presentes porque existem coisas que superam qualquer rivalidade, qualquer fronteira. (...) Existe uma voz até mesmo dentro do pior entre nós que diz que isto não é certo. Porque até mesmo o pior entre nós, por mais marcado que seja, ainda é humano. Ainda sente. Ainda chora a morte de inocentes. Estamos aqui.’

É triste, mas ainda viveremos muitos anos sob a sombra do medo que fora plantada no mundo todo por homens ‘loucos’, mas certos de que o que estavam fazendo era o ‘correto’. Mesmo aqui no Brasil, ou mesmo em Arapongas, o medo nos atinge. Não pensando em um avião guiado por alguém da Al Qaeda caia no meu quintal, mas por pessoas que inspiradas pelas atitudes insanas destes homens, resolvam espalhar terror pra todo lado.

É uma data triste, mas já passou, os que morreram não voltarão, e o mínimo que devemos fazer é tentar viver e manter a paz ao menos ao nosso redor: em casa, no trabalho, nos estudos, na Igreja... Só assim diremos aos que nos assombram com sua existência e planos indecifráveis: ‘nós podemos ser e somos maiores do que vocês e seu terror’. A paz depende de nós, e mantê-la é mais fácil e mais barato do que iniciar uma guerra.
Fico por aqui hoje, na esperança de que ao menos ao nosso redor, ao menos dentro de nosso coração, haja paz, e que esta seja espalhada aos outros da melhor maneira possível.

Abraço fraterno a todos, e que Deus nos proteja!



Capa da revista e Homem-Aranha chegando ao local onde estavam as Torres Gêmeas.

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