terça-feira, 3 de novembro de 2009

Death!

Dois de Novembro. Dia de Finados. O Dia dos Mortos. Dia de lembrar daqueles que faleceram, que deixaram este mundo, e hoje dormem o sono eterno, a qual estamos todos destinados.

Aliás. Eterno? Nem tanto. É como dizem sobre coisas boas: ‘que seja eterno enquanto dure’. Esse sono só terá a duração de certo tempo, até que o Apocalipse comece. Até que chegue a hora em que os túmulos se abrirão, e todos os que faleceram se levantarão para o Julgamento Final, no qual todos, sem exceção, seremos julgados e receberemos, de acordo com nosso comportamento, a benção de viver contemplando Deus no Céu numa festa que não tem fim, ou então iremos pra danação eterna onde sofreremos terrores indescritíveis. Aí sim, na festa ou no caldeirão, veremos algo eterno. Pessoalmente, torço e TRABALHO para que eu participe dessa festa no céu!

Alguns podem ir para o purgatório, que é uma espécie de sala, ou setor do céu, pra onde vão as pessoas que não foram tão ruins pra irem pro Inferno, nem tão boas para ir para o Céu direto. Ali elas ficarão durante um tempo até que os erros tenham sido reparados e perdoados, e então juntar-se-ão à festa.

Chicó em “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, fala sobre a morte: “Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo que é vivo morre!”. As palavras são do Padre João, mas ele as repete no momento em que a cachorrinha da mulher do padeiro morre. A história toda é muito bonita, diga-se de passagem, e fala sobre a vida, a morte, e o julgamento. A versão televisiva teve muito mais coisas que a versão original, mas tudo bem.

Tem muita gente que não gosta dele, mas tem a música “Canto para a minha morte” de Raul Seixas e Paulo Coelho, que diz o seguinte: “Eu sei que determinada rua que eu já passei não tornara ouvir o som dos meus passos, tem uma revista que eu guardo a muitos anos e que eu nunca mais eu vou abrir. Cada vez que eu me despeço de uma pessoa, pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela ultima vez. A morte, surda, caminha ao meu lado, e eu não sei em que esquina ela vai me beijar.” E outras reflexões, que um dia talvez mereçam exclusividade num post, pois a música é bem interessante e há muito que pode ser explorado dela.

Sempre quando chega o Dia de Finados e eu e meu pai vamos ao cemitério, repetimos a mesma reflexão: “quantos destes que hoje vem visitar, ano que vem estarão sendo visitados? Quem saberia dizer que este ou aquele, ano que vem não estará mais entre nós?”. E realmente, bastante gente morre todo ano. (Claro!) E quem diria a seis meses atrás que Michael Jackson estaria morto hoje? (Aliás, este é outro assunto que vou abordar aqui no blog em breve, mesmo que esteja um pouquinho atrasado.)

Ninguém sabe o dia da morte, mas nem por isso devemos achar que ela vai demorar muito mesmo, então deixarmos pra lá. Temos que viver como se cada dia, cada oportunidade fosse a ultima na vida. E de fato pode ser que um dia a gente acerte. Mas também não podemos viver dia após dia com o pensamento de morte martelando na nossa cabeça. Temos que saber dosar isso também. Mas torço para que quando chegar a hora, a morte venha me buscar com sua mais bela roupa, como diz o Raul nessa música que falei.

Tem muita gente que tem medo da morte, mas acho que não se deve temê-la. Todos vão passar por isso. Se o problema é o jeito de morrer, eu também tenho. Prefiro morrer dormindo, sem dor, do que morrer agonizando em destroços de carro, afogado, ou outra forma. Mas gostaria de morrer depois de me despedir da família. Dizer algumas últimas palavras antes do fim. Mas espero que esse dia demore bastante. Quero ter uma vida longa, próspera, feliz, e viver alegremente ao lado da família e amigos que tenho hoje, e no futuro com os amigos que acrescentarei aos que já tenho, e à família que pretendo formar um dia.

E por falar em amigos, teve um cara que movido pela curiosidade de como seria se ele morresse, quais os amigos e amigas que chorariam em seu velório, ele teve a idéia geniosa de fingir a morte e ser velado. Resultado: apenas a mãe dele foi no velório. E pra todos os efeitos, ele havia morrido e todo mundo tinha ficado sabendo. Só que ele viu que dos amigos que ele tinha, nenhum faria a última homenagem. Só sei da historia até aqui. Como os amigos dele reagiram ao saber da armada eu não sei. Se depois disso ele trocou voluntariamente os amigos por gente que saberia chorar no seu velório, ou se trocou por ter sido abandonado pelos conhecidos, eu não sei. Sei que eu não tenho muita curiosidade em saber disso. Talvez ficasse decepcionado, talvez surpreso. Sei lá. Prefiro não saber.

Uma coisa curiosa é o seguinte: quando alguém morre, muita gente pensa e diz que “seria bom que a pessoa se levantasse, que voltasse à vida, pois era uma pessoa tão boa, tão querida por todos”, e ficam só no pensamento. Só que se isso acontece, de a pessoa não ter morrido e realmente se levantar no caixão jogando ao chão as flores que a cobriam junto com a telinha que a cobre (como de fato de vez em quando acontece), não fica um no lugar: todos saem correndo como se o ex-defunto fosse a pessoa mais ruim do mundo e todos devessem temê-la agora mais do que antes. Outra coisa é que quando a esposa, mãe ou o que for do falecido, fica chorando na hora do enterro: “Não me abandone, querido! Não me deixe sozinha! Me leva com você!” e variantes, e no desespero a fulana escorrega e cai na cova, grita a plenos pulmões: “ME TIRA DAQUI! ME TIRA DAQUI! SOCORRO! ALGUÉM ME TIRA DAQUI”. Humanos... quem os entende?

Bom, estamos vivos, devemos agradecer a vida que temos e deixar que quando a hora da morte chegar, ela chegará. E que sejamos todos abençoados com uma morte tranqüila, sem sofrimento pra nós nem nossos familiares.

Que Deus nos abençoe.

Ele também passou pela experiência da morte!

Myself!

Post reflexivo.

Se eu tivesse escrito esse texto na noite de quarta-feira (28/10), quando aconteceram algumas coisas durante o dia, o texto teria saído de um jeito. Mas escrevo na noite de quinta (29/10), e saiu melhor. Depois levei cinco dias lendo e relendo pra que ficasse realmente bom antes de postar. (Espero que tenha alcançado o objetivo.)

Ouvi algumas coisas semanas atrás, e entre elas, uma que me fez pensar sobre o seguinte: cada pessoa é a única responsável pelos seus próprios atos. Cada um é o único que realmente pode tomar decisões e executá-las. Outros podem decidir por mim, me manipular e ainda assim, executar ou não, só depende de mim. Depende unicamente da pessoa. Se me influenciam a ser de determinada maneira, por exemplo, eu posso até mesmo aceitar o que quer se seja, fazer votos, promessas, mudar meu estilo de roupa, cabelo, vocabulário, e ainda assim, eu só vou ser/fazer/falar/pensar se DE FATO eu quiser. Posso ser de um jeito por fora, com as pessoas ao meu redor, mas por dentro ser diferente. Basta demonstrar esta ou aquela face/personalidade ao público.

De vez em quando, ao ver uma foto onde tem várias pessoas e eu estou no meio do povo, já me peguei pensando: ‘quem é esse? Acho que já vi em algum lugar! Ei! essa pessoa aqui sou eu!’. Já aconteceu com você? Já me deparei com o espelho e quase cumprimentei a pessoa refletida: ‘Olá! Há quanto tempo! Como tem passado?’. As pessoas falam de mim, do jeito que estou, dos meus olhos azuis, do meu cabelo, da minha postura, do jeito que eu ando, da minha voz, e outras coisas, e tudo o que posso responder sobre isso, é apenas aquilo que está na minha memória. ‘Como eu estava mesmo quando olhei no espelho? Há! Lembrei! Estava assim...’ Eu vejo as pessoas e imagino se também passa pela cabeça delas o mesmo pensamento. Quanto a voz, claro que a ouço normalmente, mas como soa pros outros? Como é minha voz pelo telefone? Antigamente, eu tinha um radio gravador em casa, e quase arrebentava a fita K7 gravando e regravando conversas, brincadeiras, músicas no rádio e o que desse na telha pra gravar. E minha voz soava diferente.

Com relação ao corpo, já ouvi falar que ele nada mais é do que uma casca que abriga nossa alma/espírito/coração, e que quando morremos, essa casca vazia fica pra trás e nossa alma vai embora. Pensei varias vezes como eu seria se tivesse outro corpo. Se eu fosse diferente do que sou. Seria diferente, ora! Com outro rosto, com outro corpo, com outro peso, com outra voz, com outro cabelo e cor dos olhos. Não necessariamente o corpo perfeito*, mas um diferente. Mas como Cristão Católico, acredito que no dia da Ressurreição, esse corpo aqui vai ser se levantar do túmulo, (com a carne recomposta, claro), e minha alma vai retomar o controle do corpo, e ‘Vida Eterna, aqui vou eu!’.

* Vale falar um pouco sobre o corpo perfeito: normalmente, o que podemos definir como ‘corpo perfeito’? (No caso, o corpo masculino) Músculos bem definidos e torneados? Barriga de tanquinho? Falo mastodontico? Cabelos lisos e sedosos? Rosto sem a barba? Olhos claros? Voz potente? Pele sem manchas, bronzeada? O que mais você colocaria aqui nessa lista? Ou tiraria... Pra muita gente, esse seria o corpo (masculino) perfeito. Mas pra muitos, o corpo perfeito é um corpo que seja capaz de andar perfeitamente sem se apoiar em bengalas, ou cadeiras de rodas nem ser carregado pra cima e pra baixo por outro alguém; um corpo capaz de ouvir e falar claramente, capaz de enxergar sem óculos, sentir cheiros e sabores, e que seja capaz de pensar, raciocinar e tomar decisões. Muita gente daria tudo o que tem pra ter um corpo assim. Seja por problemas de má formação, ou por problemas adquiridos por um acidente de carro/moto, ou por bala perdida alojada na coluna, por espancamento, ou outro motivo. O Christopher “Super-Homem” Reeve (ta certo?) caiu do cavalo (literalmente) e perdeu quase todo o movimento do corpo. O que ele podia fazer sozinho depois do acidente sem ninguém ajudar? Ir ao banheiro, se ajeitar na cama, coçar o pescoço, se espreguiçar, fazer a barba, e outras coisas tornaram-se completamente impossíveis para um homem que chegou até a voar (foi no filme, numa montagem, mas voou). Que se dane o corpo torneado, e outras coisas supérfluas! Andar perfeitamente pra onde quiser, dançar, correr e pular e outras coisas assim é que fazem o corpo perfeito! O cabelo é ruim? A barriga cresce como massa de pão? As entradas indesejadas no cabelo crescem a cada dia? Dane-se! Pode andar, falar, ouvir, conhecer novas pessoas e lugares sem depender de ser carregado ou empurrado? Agradeça! Louve a Deus por isso!

Voltando a reflexão anterior, eu já pensei: essa pessoa que eu vejo no espelho é diferente da pessoa que existe dentro de mim. Imagino que minha alma, meu espírito sejam sem um formato exato. Não exatamente uma massa espiritual (?) disforme, mas ilimitada. Posso, mesmo sem nunca ter ido na praia, imaginar como seria se eu estivesse lá, lembrando das vezes que pisei na areia, e das vezes em que ajudando minha mãe lavar a calçada, a água vinha nos meus pés. Posso imaginar um rio que tenha visto, em proporções maiores, e tenho o oceano na minha frente. Posso ler um livro, e com comparações simples e corriqueiras, ter sensações que nunca tive e mesmo assim ficar satisfeito. Mas se eu puder experimentar essas coisas, vai ser diferente e depois as sensações adquiridas ficarão armazenadas na memória. Tem certas coisas que mesmo que eu não tenha feito ainda, eu chego a senti-las como se fosse uma memória de algo real. Mas é apenas algo que pode estar no sangue, no espírito, ou no poder da I-MA-GI-NA-ÇÃO, como diria o Bob Esponja.

Falando sobre o um pouco sobre personalidade, se eu pudesse dividi-la pelas características que possuo, colocaria algumas de castigo, amarradas num poste alto de ponta cabeça depois de 100 chicotadas, outras partes eu colocaria numa cama confortável pra descansar, outras eu mandaria fazer sessões seqüenciais de musculação, e outras partes eu colocaria pra conversar e dar conselhos pra outras partes mais ‘preguiçosas e covardes’. Mas não é possível fazer isso. Todas as partes da minha personalidade devem andar juntas no mesmo corpo. As características que merecem castigo às vezes vencem aquelas que merecem descansar ou se exercitar. Algumas vezes é o contrario, graças a Deus! Por isso devo aprender a equilibrar minhas vontades, e a falta dela; e meus esforços e desânimos, e tudo mais. O equilíbrio e auto-controle são necessários. Aliás, fundamentais.

O que nós somos hoje é exatamente o que gostaríamos ou sonhávamos ser quando alcançássemos a idade que temos hoje? Lembro que naquelas brincadeiras de escola, algumas vezes deu que eu me casaria com 23 anos. Bom, o aniversário dessa data já passou e agora falta me casar (e a noiva, CLARO!). Profecia escolar barata que falhou. Bom, ainda não subi um número nessa conta, então não sei o que pode acontecer até o próximo 13 de Junho. Daí vou fazer 24, e depois 25, 26, 27... Sei que hoje não sou exatamente o que gostaria de ser quando minha idade podia ser contada nos dedos das mãos, mas eu tinha um sonho: ser paleontólogo. *.* Mexer com fósseis de dinossauros e outras criaturas pré-históricas. Mas cresci e sou arte-finalista hoje. Nada a ver. Mas tudo bem: pelo menos tenho um emprego. E um corpo perfeito que me permite ir e vir ao trabalho tranquilamente. Pensar, raciocinar, ser criativo, falar, ouvir, ver, e outras maravilhas do corpo que Deus me deu. E gosto de ter a aparência que tenho. Posso não ter muitos dos itens da lista que montei lá em cima, mas pra mim ta ótimo! Claro que cuidado, um ajuste ou outro é bem-vindo e estou correndo atrás de umas coisas pra ajeitar o que está torto, mas no total, ta perfeito. E só pra completar, não faria nenhuma cirurgia plástica em lugar nenhum.

Fico por aqui já que meu corpo precisa de descanso, pois o feriado foi muito quente, e preciso descansar. Amanhã é dia de trabalhar! Graças a Deus!
Até a próxima!


Somos diferentes, mas a casa é a mesma!